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Arujá, São Paulo, Brazil
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Símbolo da Enfermagem

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Enfermeiros

7 de janeiro de 2011

Nota do COREN-SP sobre repercussão do caso Stephanie na imprensa

O COREN-SP lamenta e expõe sua tristeza e indignação por manifesto recebido a respeito de seu posicionamento nas inúmeras entrevistas, na mídia escrita, falada e televisiva repercutindo o caso Stephanie Teixeira.

Lamentável que, em um momento tão triste para a nossa profissão, onde uma criança de 12 anos teve a sua vida ceifada pelo erro profissional, assim como, 15 dias antes, a menina Mariana também teve a sua vida interrompida, ao 01 ano e 04 meses, devido uma Auxiliar de Enfermagem que conectou uma via de oxigênio nasal em um acesso venoso.

Lamentável, quando verificamos, somente no Estado de São Paulo, em 11 meses deste ano (2010), que outros 08 pacientes tiveram suas vidas interrompidas ou lesões extremamente graves e definitivas, como amputação de membros, entre outros danos.

Lamentável vermos que, ao invés de usarmos estes fatos para refletirmos e discutirmos todos os aspectos de nossa vida profissional, da formação ao exercício da mesma, estejam usando estes fatos e o posicionamento legal, cidadão e ético do COREN-SP, como meio de justificar nossa luta pela melhoria das condições de trabalho, 30 horas, piso salarial, entre outros.

Esquecem estes profissionais, ou infelizmente, por não terem tido em suas respectivas formações profissionais, definitiva e explicita clareza quanto ao papel, perante a Lei e a Sociedade, de cada uma das entidades representativas da profissão que abraçamos, manifestam-se contrariamente ao que se espera do profissional e da profissão.

Pior ainda, pois na ânsia de usufruir do prazer de criticar e destruir, não procuram ver com imparcialidade e impessoalidade todos os fatos, situações e atos pertinentes ao amplamente divulgado na mídia.

Esquecem que uma entrevista é feita em privado, na presença de jornalistas, câmeras, pessoal de áudio e vídeo, e que os fatos ali abordados, discutidos e apresentados, passam por um processo de edição jornalística, por profissionais aos quais não temos acesso, e aos quais cabe, a princípio, selecionar os fatos que julgam ser importantes ao seu papel de mídia, ou seja, uma entrevista de 20-30 minutos é transformada em uma reportagem de 30 segundos e até 05-12 minutos, conforme o objetivo da emissora.

Esquecem que nem sempre tudo o que falamos vai ao ar, vai ao papel.

Nesta ignorância, interpretam e constroem o que querem, divulgando o que querem, sem atentar para todos estes aspectos jornalísticos envolvidos, e que nem sempre estão em nossa competência e poder, intervir, modificar.

Mesmo assim, dentro desta ignorância, não têm, sequer, a paciência de buscar TODOS os fatos, TODOS os posicionamentos e mesmo TODAS as reportagens, pois se assim fosse, veriam que em várias entrevistas o COREN-SP abordou os seguintes fatos: formação profissional, processos seletivos equivocados nas instituições, sistematização equivocada nos processos operacionais assistenciais, ausência de observação ao mínimo necessário em termos de dimensionamento de pessoal, ausência de um trabalho do Enfermeiro observando os princípios mínimos de biossegurança no exercício da profissão, ausência da SAE determinada em Lei, sobrecarga de trabalho pelas péssimas condições ambientais ocupacionais, profissionais sob escala indevida em relação a sua competência legal e técnica, profissionais pressionados pelas desumanas condições profissionais, morais e psíquicas do exercício profissional, profissionais com múltiplos empregos devido péssima remuneração e exploração de seu trabalho profissional, entre outros.

Vejam as reportagens do Domingo Espetacular, do SPTV, do jornal Hoje, da Revista Isto É, da CBN, da Bandeirantes, entre tantas outras...

Esquecem, finalmente, que todos estes fatos explicam os erros praticados, mas não justificam os erros, pois somos profissionais regidos por protocolos assistenciais básicos e fundamentais à segurança do exercício profissional, e que jamais, qualquer fato deste justifica sermos portadores de erros que destruam vidas humanas.
Somos uma profissão que deve construir a vida, não o dano e a morte.

O COREN-SP não abre mão de seu papel constitucional, ou seja, o de garantir à Sociedade, um exercício profissional livre e isento de riscos provenientes da imperícia, imprudência, negligência e omissão profissional.

COREN-SP: ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM COM DIGNIDADE E RESPONSABILIDADE.

Claudio Alves Porto
Presidente do COREN-SP
SP, 14 de dezembro de 2.010

Um comentário:

Anônimo disse...

nao quero defender a profissional em tal cincunstancia mas acredito que muitos desses erros sao responsabilidade da propria escola onde se formou pois tenho conhecimento de escola que poe o aluno pra estagiar em alguns hospitais que o aluno nem chega perto de um paciente [fazer estagio de pronto socorro e nao fazer se quer uma punçao venosa] enfim a culpa nem sempre pode ser do profissional[aluno]