Uma em cada 10 pacientes manteve o hábito de fumar mesmo durante a gravidez
27 de dezembro de 2011
Entre fevereiro e novembro deste ano 436 gestantes que fumavam tiveram seus filhos na maternidade estadual de Interlagos, o que representa quase 10% do total de partos feitos no local no mesmo período. Isto significa que praticamente 1 em cada 10 pacientes em trabalho de parto atendida pela unidade manteve o hábito de fumar mesmo durante a gravidez. O levantamento foi feito pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
Segundo Rita de Cássia Silva Calabresi, diretora clínica da maternidade estadual, o cigarro traz riscos tanto à saúde da grávida quanto ao bebê. Para a mulher, o fumo diminui a capacidade pulmonar, que na gestação já é limitada pelo crescimento da barriga. A criança pode sofrer com baixo peso e prematuridade.
"A nicotina é passada pela placenta, criando placas que dificultam a troca de nutrientes entre mãe e filho", explicou Rita. A especialista ainda alertou quanto ao uso contínuo e excessivo durante as 12 primeiras semanas de gravidez: "o tabagismo nesse período pode também provocar a malformação do feto".
A médica explicou que a transmissão de partículas de nicotina durante a gravidez pode também diminuir os reflexos respiratórios do recém-nascido, o que agrava o risco de infecções respiratórias e potencializa a probabilidade de morte súbita.
A especialista disse que o cigarro está relacionado ao desenvolvimento de outros problemas de saúde infantil, como doenças cardíacas, respiratórias e até o autismo. Uma pesquisa produzida pelo centro de pesquisa holandesa apontou que o tabagismo está relacionado à depressão, ansiedade e agressividade em crianças.
"Vale ressaltar que o tabagismo também deve ser descartado durante o período de amamentação, uma vez que 1% de tudo que é consumido pela mãe é transmitido pelo leite, incluindo a nicotina", reforçou Rita.
Fonte: Terra
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